quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

FONTE: BLOG REPÓRTER RENATA CRISTIANE


Entrevista exclusiva com pré-candidato Claudio Leitão


Blog Repórter Renata Cristiane continua realizando a série de entrevistas com os pré-candidatos a prefeito em Cabo Frio.


Essa semana conversamos com o economista Claudio Leitão do PSOL. Leitão é oriundo do movimento sindical representando pelos propagandistas. Liderança absoluta na ala radical da esquerda, que propõe ruptura absoluta com o modelo atual de gestão pública em todas as esferas governamentais, especialmente a municipal. Claudio lança sua pré-candidatura pela segunda vez consecutiva e mesmo com possibilidades mínimas de chegar ao seu objetivo segue firme no propósito e dispara: "A dificuldade não me assusta. Se fosse assim, eu não estaria no PSOL e sim em partidos conservadores que não querem nenhum tipo de mudança”

 Renata CristianePorque o senhor quer ser prefeito de Cabo Frio se não possui nenhuma experiência política como administrador, nem legislador?

Cláudio Leitão: Na verdade eu entendo que isso não impede em nada. Tem muitos candidatos que também nunca foram prefeitos e os que foram tiveram que ser um dia pela primeira vez. Eu sou economista, conheço de finanças públicas e tenho experiência em administração à frente de entidades como sindicatos e federações que movimentam verbas, e nosso modelo é descentralizado e participativo. O prefeito não administra sozinho. Eu tenho desejo de mudar a forma como se gerencia os recursos do município que atualmente é sem transparência e sem priorizar os quatro eixos centrais da administração pública que é Saúde, Educação, Saneamento e Habitação Popular.

Renata Cristiane:Você acha fácil administrar uma cidade como a nossa? Muitos milhões num cenário que pode deixar uma oposição esperando para atirar?

Cláudio Leitão: Em política nada é fácil. Tem que ter coragem para enfrentar os obstáculos. O partido (PSOL) tem um projeto nacional de ruptura com o que está aí. Da forma como está à população rejeita. Nosso compromisso é única e exclusivamente com a população e não com e não com as empreiteiras que prestam serviços, financiadores privados que fazem as negociatas. É aí onde estão os grandes focos de corrupção. A dificuldade não me assusta. Se fosse assim eu não estaria no PSOL e sim em partidos conservadores que não querem nenhum tipo de mudança.


Renata Cristiane:  E o que o governo Marquinho Mendes fez, que você daria continuidade, caso fosse eleito prefeito?

Cláudio Leitão: Esse governo é muito ruim com focos de corrupção em várias áreas. A primeira coisa que eu faria seria uma auditoria nas contas, contratos e licitações. Mas, com relação à pergunta eu continuaria os projetos na área de esportes, ampliando para outras modalidades e melhoraria a questão da inserção social, principalmente das crianças. Continuaria também com o Café do Trabalhador, que é uma boa ideia em tese, mas sem o superfaturamento que lá existe.


Renata Cristiane :Projeto na Saúde?

Cláudio Leitão :Com o orçamento de 115 milhões anuais na Saúde dá tranquilamente para ampliar os PSF's (Programa de Saúde da Família) para 100% do município, tratando as doenças na base e diminuindo desde já os casos de emergência. Reabriria o PU para atuar em conjunto com a UPA e dar mais dignidade no atendimento emergencial. Criaria um Centro de Imagens Municipal com Ultra-sonografia, Tomografia e Ressonância Magnética para acabar com o monopólio privado nesta área. Com esta grana toda ainda seria possível melhorar o salário dos profissionais de saúde que ganham uma miséria nesta cidade.
Renata Cristiane: Projeto na Educação?

Cláudio Leitão: Iniciaria o processo de mudança na Educação Básica para escolas de tempo integral. Com o orçamento extraordinário que esta cidade possui há verba  para isso. É só não roubar. Algumas escolas já podem ser adaptadas e outras novas teriam de ser construídas. É possível também criar Centros Vocacionais de escolas técnicas e profissionalizantes, melhorando as condições de empregabilidade de jovens e adultos. Buscaria parceria com a UFF, UERJ ou UFRJ para a criação de campus universitários públicos visando democratizar o Ensino Superior em nossa cidade. Caso não fosse possível, partiria para a criação de uma Universidade Pública Municipal. Várias cidades com perfil semelhante ao nosso n o Brasil já tem este modelo funcionando. 
E a exemplo da saúde, investir mais na formação profissional do professor e dos demais profissionais da educação, instituir um Plano de Carreira e melhorar o salário aviltante que hoje estes profissionais recebem.


Renata Cristiane: Projeto no Turismo e eventos?

 Cláudio Leitão:O Turismo vem sendo tratado de forma amadora neste município há vinte anos. É só olhar o perfil dos últimos secretários da pasta. Encomendaria estudo de viabilidade com uma Fundação especializada e discutiria este plano com a iniciativa privada para adaptarmos o plano geral as nossas necessidades específicas. É preciso uma ação conjunta e integrada do Poder Público estimulando e dando as condições logísticas e o empresariado investindo para gerar emprego e renda nesta cidade paralisada há tanto tempo nesta área. 
Com relação a eventos é preciso democratizar e diversificar, porque há algum tempo apenas um sujeito comanda toda esta área. A nossa administração seria participativa e não de cima para baixo como ocorre hoje e já ocorreu antes.


 Renata Cristiane: Projeto para Tamoios? 

 Cláudio Leitão: É preciso começar a saldar toda esta dívida social acumulada por todo este tempo com o distrito de Tamoios. Como já falei antes, com este orçamento anual na casa dos 600 milhões dá para investir firmemente em políticas públicas essenciais na área de educação, saúde, saneamento e habitação popular. É só estancar os focos de corrupção presente nos últimos dezesseis anos e gradativamente dar dignidade à população de Tamoios. É preciso discutir com as comunidades o que é prioritário para buscar uma gestão próxima e participativa.