sexta-feira, 11 de abril de 2014

FONTE: BLOG REPÓRTER RENATA CRISTIANE

Professor de pilates é preso por praticar medicina ilegalmente em Cabo Frio

Carlos Henrique Cerqueira Alves oferecia medicina ortomolecular e até receitava medicação



Diogo Reis

Foi preso na manhã de hoje um professor de pilates acusado de estelionato e prática ilegal da profissão, na academia Bioforma, à . Rua Arízio Gomes Batista, 47 , Jardim Flamboyant, em Cabo Frio. Segundo a denúncia, durante avaliação física dos alunos, Carlos Henrique Cequeira Alves oferecia medicina ortomolecular, pedia exames e até prescrevia medicamentos. Na casa do suspeito, foi encontrado diversos exames e pedidos falsificados e materiais para extração de sangue, agulhas de acupuntura e outros instrumentos médicos. Ele cobrava R$ 250 por consulta e R$ 1.000 pelos exames. Entre os documentos apreendidos, na casa dele, à , estava um pedido de registro no Conselho Regional de Educação Física (Cref)– indício que nem a própria profissão para o qual é graduado era regulamentada.

Ele foi descoberto pela Polícia Militar graças a denúncia de uma aluna, uma advogada de 31 anos, que desconfiou de um exame de mineralograma pedido em janeiro, quando ela começou as atividades na academia, que demorou três meses para chegar – o resultado foi entregue nesta terça-feira (8). Nos carimbos dos exames falsificados, ele assinava como profissional em "medicina chinesa ortomolecular. Segundo os policiais que efetuaram a prisão, sargento Frederico, cabo J. Américo e soldado M. Aurélio, ele disse ter ter se graduado em Portugal. 

"O exame estava demorando muito para chegar. Durante uma aula de pilates, uma outra aluna, que é médica, disse que ele não era médico depois de um comentário que ele fez. Quando o exame chegou, eu comecei a apurar, entrei em contato com o laboratório e descobri que o exame era falsificado", conta a vítima, que pediu anonimato.

Os exames sobre os minerais, feitos pelo fio de cabelo, eram entregues em nome do laboratório Biominerais, de Campinas (SP). De acordo com eles, os resultados foram "grosseiramente falsificados". Não havia assinatura alguma de técnicos nem comentários e os resultados era incompatíveis com a idade da suposta paciente, que tem 31 anos.

"Baseado num exame falsificado ele me receitou um medicamento para uma suposta intoxicação por alumínio. Hoje (quinta-feira, 10), quando a policia chegou na academia ele tinha acabado de passar uma receita para uma idosa, com problema de coração", indignou-se a denunciante.

De acordo, ainda, com a denunciante, na academia, as pessoas sabiam do golpe. "Uma pessoa comentou comigo: 'todo mundo sabe que ele não é médico, mas fingem que não sabem. Alguém tem que fazer alguma coisa'. Informação negada pela academia. Segundo eles, o profissional foi contratado por apresentar documentos que comprovassem as qualificações.

A reportagem do RC24H procurou o Conselho Federal de Medicina que informou que "não consta no cadastro nacional de médicos o nome de Carlos Henrique Cerqueira Alves". O Cref, que confirmou o pedido de registro do profissional em outubro de 2013. Entretanto, não foi confirmado se ele já estava liberado para exercer a Educação Física. O acusado é procurado pela Justiça de São Paulo por precatória no valor de R$ 26 mil e já foi processado pela Universidade Estácio de Sá por "enriquecimento sem causa" – este último está arquivado. O crime está sendo registrado neste momento na 126ª DP (Cabo Frio).